terça-feira, 11 de junho de 2013

SER HUMANO, ESCOLA E EDUCAÇÃO

A natureza do ser humano é, por definição, buscar pelo conhecimento. Quando nos definimos como animais racionais, atribuímos a nós uma capacidade que está diretamente ligada ao conhecimento e à sua relação com o mundo: o raciocínio. Mas até que ponto o conhecimento nos é inato ou adquirido? Qual o papel da educação na formação do ser humano?

Primeiro é preciso abordar de onde vem o conhecimento humano. Se pensarmos como Descartes (filósofo francês do século XVI), todo conhecimento humano é racional. Ele se encontra em nossa mente e precisamos nos recordar, acessá-los através da nossa razão. Tudo o que conhecemos já estava previamente em nós, porém é necessário utilizar-se da capacidade intelectiva para, aos poucos, tomarmos consciência deste saber. Por outro lado, filósofos como Locke (filósofo inglês do século XVII) apresentam a mente como uma “tabula rasa”, ou seja, um quadro vazio onde, através das nossas experiências com o mundo, vamos marcando o conhecimento, adquirindo, no decorrer da vida nossas, concepções sobre a realidade.

Seja qual for o ponto de vista, e particularmente penso em uma mediação entre as teorias, a educação possui um papel fundamental. É a educação que nos fará acessar esses conhecimentos inatos ou experimentar o mundo para adquirir nossas ideias. É através dela que temos um portal de conexão com o que já foi pensado, com os acontecimentos históricos, o raciocínio lógico e as diversas outras facetas do conhecimento. A educação insere o ser humano, puro, e fechado em seu mundo particular, na sociedade como um todo, libertando a capacidade cognitiva do eixo pessoal e ampliando-a para uma gama de conhecimentos que já foram produzidos [um acesso à herança].

Então, educar-se é, para o ser humano, uma forma de acessar o conhecimento e apropriar-se dele. É a educação que insere o ser humano no convívio social e nos "domestica". Desta forma, a escola se torna, juntamente com a educação familiar, a grande construtora da sociedade. Ela é responsável por normatizar os pensamentos dos alunos, guiando-os para uma linha cultural pré-estabelecida, ou pela normatização social, ou com um intuito específico. Portanto, a escola tem um poder civilizatório muito maior do que se imagina e é responsável tanto pela formação social quanto pela formação acadêmica.

Com isso, a escola pode se tornar uma ferramenta muito mais eficaz do que a que atualmente percebemos, buscando uma formação crítica que auxilia o indivíduo em busca do próprio conhecimento, e não  o enquadrando em padrões estabelecidos. A escola deveria ser um laboratório de formação critica e não somente local para absorção de conteúdo.

Por fim, a escola é o ambiente natural da humanidade, uma vez que sua natureza busca o conhecimento. O modelo escolar e a nossa cultura, porém, fazem da experiência do aprendizado, que deveria ser o ápice do desenvolvimento humano, uma simples etapa para se reprogramar de acordo com os padrões sociais.

Se uma nova escola é tão importante, como podemos mudar esse paradigma?